CÉU
CINZA
Passou a hora.
A maré vaza
e a cor cinza
se espraia
por toda a
orla.
O dezembro é
cinza,
nada espera...
Minha alma
flui
com a saudade
da casa vazia.
O mar está
rouco
não tem o som
de fúria.
Também não faz
algazarra
para as
crianças,
agora escondidas.
A chuva açoita
e torna fria
a paisagem à
minha volta.
Hoje, não tem
poesia.
Tudo que é
excesso
apavora e
estraga
o senso de
prazer
que delimita
o real da
magia.
Por isso...
Quieta estou
observando a
praia
escorrida ao
longe
na maré vazante,
como adeus de
menina
implicante.
Tudo que é
excesso
apavora.
Até a saudade
que não vai
embora...
O céu está
cinza
não existe promessa
que resista a
esta hora.
Agora...
Eu só quero
colo
para aquietar
e aquecer um
pouco
o meu corpo de
desejo.
Nem que seja,
por um
momento...
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