quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

 


E AGORA?

 

Durou pouco...

Pouco de nós.

Ficou sem aquário

o último voo.

Matou-se o sorriso

cortado a ácido

da mágoa escorrida

sem dó.

 

O grito

calado ficou

feito delírio

de quem se soltou

no ar

sem trapezista

pegador.

 

Explodiu monte de cores

no olhar

que se distanciava.

Parecia jogo,

que jorrava luzes,

refletido no cristal

de uma lágrima

estuporada.

 

Acabou...

sem acabar.

Como se o nada

fosse tudo

que ficou de

nós dois...

E agora?

 

Dói mais

do que aborto

premeditado.

Machuca

de morte

o poeta

mal-amado.

 

Foi muito pouco

do que tinha combinado.

Quase nada

foi confirmado.

A promessa,

ficou à margem,

em prol do

sucesso almejado.

 

E agora?

De concreto

o vazio.

Do amor

à vida

solo.

 

Mas a poesia,

essa o poeta

não perde,

por mais

que lhe arrebatem

a Lua e o Sol,

como inspiração

e arte.

 

Afinal, O POETA

é um fingidor...

Morre de amor,

sem morrer

de dor...

 

Com o passar

da vida

descobri que o SER,

esse, agoniza sim de dor.

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