EU QUERO
IR EMBORA...
Aconteceu
como o choque do relâmpago,
como a
lágrima da dor sangrenta e exposta.
Essa
angústia me envolveu de tal forma
que a
única exclamação, num grito calado e aflito
só
poderia ser: eu quero ir embora!
Embora da
vida, sem deixar rastro nem pista,
sem
caminhos ou partidas...
Só a dor
de ser posta de fora
como se
atira a pedra numa alma contrita
fazendo
vagas em espiral na lagoa morta.
Talvez
seja este o meu destino...
Eu quero
ir embora.
Sair
calada, sem expor nada.
Apenas o
olhar perdido e focado na estrada
sem
delimitar destino ou parada.
Como se a
vida quisesse descer de um veículo...
Se deixar
ficar, calma ainda que desamparada.
Sem
expressão nem forma...
Só a
silhueta, olhando o nada.
Jogada
fora...
Eu quero
ir embora...
Prá que
ficar se não significa, não existe...
É só uma
saída de qualquer hora,
sem
preocupação com a emoção que aflora,
sem
perceber a tensão que sufoca,
sem
atentar para a explosão da hora
nem
sentir a dor do “ noves fora”.
Hoje é
mais um dia como outros tantos,
chorados
e angustiados, sempre na espera.
A
esperança morreu e com ela minha tentativa.
Eu quero
ir embora...
Não sei
prá onde mas prá bem longe de mim,
e...
ficar sem
dor... adormecer
sabendo
que assim, brincando de sonhar,
prá
sempre...
talvez eu
possa ser feliz.
Se assim
não for,
eu quero
ir embora...
chegou a
minha hora.
24/08/2007-
Ilhéus
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