EU QUERIA
TANTO (2023)
Eu queria dizer
coisas a essa moça
que me faísca o olhar
como esmeralda da mata.
Eu queria tocar
seu corpo desnudo
e abraçar a sua alma
tal qual um voo abatido.
Voar, voar e voar...
Deixar de lado o indefinido.
Arredar no seu colo,
espalhando como raiz de “fícus”;
agigantando como galho de ninho,
piando como ave no auge do acasalamento.
Ver brotar da gruta
o riacho doce do gozo.
Navegar e pousar suave
no cais de linho.
Esse sonho que trago guardado
ainda lhe será dito!
Eu queria tanto lhe dizer...
Mas os dias passam e vida vem
marcando histórias, outras horas
que nada fazem...
Só relembram você.
A mata esmeralda aparece de um lado,
o riacho corre do outro.
E entre pedras viajo vencendo asfalto,
para descer na praia
e encontrar o mar
da cor dos seus olhos.
Eu queria tanto lhe dizer...
Mas a poesia vence.
E eu fico aqui,
imaginando...
Quem sabe um dia,
talvez...
de tanto querer tanto
eu a faça minha,
como sempre sonhei!
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