SENSAÇÕES
A quietude cai
na madrugada quente.
Meu corpo se debate
insaciado e trôpego
no leito enorme.
Sem vestígio ou aviso,
a insônia invade
o espaço visceral
da tua saudade.
Reviro e chuto,
amarfanho e aliso
mas não encontro
repouso e alento.
Falta algo no espaço
que nada preenche,
continua o vácuo,
como se nada completasse.
Num eterno abismo
fora de esquadro.
A expectativa exaure
e o corpo estremece
em ondas de suor e angústia.
O calor maltrata e alucina,
tornando esta noite
uma guerra de guerrilhas.
Nada alivia...
A saudade me domina.
A noite está parada...
Só eu me debato
como ave presa na armadilha.
O zoar do vento artificial
provoca espasmo
já que amplifica o nada
na noite quente e enluarada.
Não há brisa...
Como a noite, a vida está parada.
Só eu me reviro e chuto
como se a insônia
pudesse ser desalojada.
Mas não... É a saudade que maltrata
e o ciúme do cuidado que apavora.
E a quietude segue
na madrugada quente.
Avançando horas, penitente,
trazendo sensações
no turbilhão da mente
que insiste em guerrear no vazio
totalmente insone.
Revolvo, remexo
e acomodo o corpo febril.
Reposiciono, chuto e
encurto o espaço
mas nada traduz o desespero
na hora de dormir.
Mais uma madrugada na guerrilha
com sensações insanas de amante,
tomada de ciúme e saudade
no quarto vazio e quente.
São meras sensações...
Mas me deixam agonizante!
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