domingo, 15 de janeiro de 2023

 



NÓ QUE DESATA





De repente, a vida descortina.

O mar rompe a praia

e dentro de suas ondas,

agitadas e profusas,

lava a´lma de quem se debate;

busca a calma, a paz perdida.

A situação é assim...

esgarçada e explosiva

mas com o alívio do ar,

como um nó que desata...

 

E segue o dia...

Agora sem mesmice – com calma

e a certeza de que tudo,

finalmente encaixa,

com a perfeição e

docilidade a tanto almejada.

É aquela certeza da volta do astronauta,

que busca mistérios...

mas encontra segurança

e se larga solto no espaço, realiza,

como criança nova, em sintonia fina...

 

É completo o sintoma da levitação.

Assim... Como o nó que desata

e abre a porta para o desgarramento e a fidúcia.

O início do certo, sem espasmo ou assombro.

O sublime suspiro depois do gozo.

 

Nada torna o entorno tão feliz e prazeroso

do que sua expressão de enlevo e prazer;

seu esgar de êxtase e encanto.

Assim como o nó que desata

num turbilhão, entre risos e pranto.

 

Sim... É o paradoxo da felicidade plena,

quando rompe o lacre da defesa e da vida

fazendo emergir silenciosa

a paz completa e derradeira.

A certeza de que o nada ficou tudo,

para sempre,

encastelado em nossos corpos desnudos.

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